A LONGA SECA SOBRE ISRAEL
Texto Áureo: II Cr. 7.14 – Leitura Bíblica: I Rs. 18.1-8
Prof. José Roberto A. Barbosa
Postado
por José
Roberto A. Barbosa em 13/01/2013 às 6:47:00
PM
INTRODUÇÃO
Como
medida disciplinar, O Senhor, através do profeta Elias, determinou um período
de longa estiagem sobre Israel. Na lição de hoje estudaremos a respeito desse
momento crítico para a nação israelita e suas consequências. Ao final,
refletiremos a respeito das situações de estiagem, das catástrofes naturais
como um todo, à luz do contexto bíblico-teológico.
1. A
SECA SOBRE ISRAEL
Baal
era adorado entre os cananeus, e posteriormente, pelos próprios israelitas como
deus da fertilidade (I Rs. 16.30-33). Por isso Elias profetizou que Deus
enviaria um período de seca sobre a nação a fim de que o povo reconhecesse que
somente o Senhor era Deus. A profecia de Elias se cumpriu cabalmente nos dias
do rei Acabe (I Rs. 17.1,2; 18.1,2) e é mencionada no Novo Testamento (Tg.
5.17). O objetivo daquela seca foi fazer com que o povo refletisse a respeito
da sua condição espiritual. Ele estava dividido entre dois pensamentos (I Rs;
18.21,37). Mas durante o período da estiagem Deus preservou a vida do profeta
Elias, providenciando-lhe alimento necessário para sobrevivência (I Rs.
17.1-7). Inicialmente o Senhor orientou o profeta para que saísse do lugar no
qual Seu juízo se realizaria (I Rs. 17.3). Em seguida Ele ordenou que o profeta
se escondesse junto ao ribeiro de Querite (I Rs. 17.3). Aqueles foram dias
difíceis para os profetas do Senhor, pois eles eram perseguidos e mortos por
Acabe e Jezabel. Mas dentro do palácio havia alguém sensível às injustiças
realizadas por aquele casal. Obadias ocupava ali uma posição-chave, pois
encontrava maneiras para preservar a vidas dos servos de Deus. O texto bíblico
diz que ele “temia muito ao Senhor”, por isso os escondia, opondo-se aos
intentos apóstatas da monarquia (I Rs. 18.4). Não são poucos os cristãos que se
encontram em igual condição, vivem debaixo de governos tiranos, mesmo assim se
arriscam em prol da justiça. Na história da igreja nos deparamos com pessoa,
como Corrie ten Boom, que se arriscou para salvar a vida de vários judeus
durante a Segunda Guerra, ocultando-os das forças nazistas.
2. AS
CONSEQUÊNCIAS DA SECA SOBRE ISRAEL
A
seca resultou em fome, mas ao invés de se preocupar com as necessidades do
povo, Acabe estava voltado apenas para seus pertences. Ao invés de encontrar
soluções para amenizar a fome extrema em Samaria (I Rs. 18.2), o monarca
buscava meios para preservar suas posses (I Rs. 18.4-6). Naquele contexto de
apostasia um homem, Obadias, reconheceu a autoridade espiritual de Elias. Mesmo
assustado, o servo de Acabe temeu ao profeta do Senhor, e este, por sua vez, se
prontificou a salvar a sua vida (I Rs. 18.14,15). Elias apresentou-se a Acabe,
mas o rei não quis reconhecer o seu pecado, antes culpou o profeta pela seca,
dizendo ser o mensageiro do Senhor um perturbador (I Rs. 18.17). Elias
confrontou Acabe e Jezabel, denunciando que a causa da estiagem não era ele,
muito menos o Senhor, mas a desobediência por eles patrocinada (I Rs. 18.18).
Há governantes que agem de igual modo nos dias atuais, eles não mostram
sensibilidade pela situação do povo diante das catástrofes naturais. Há
inclusive aqueles que querem tirar proveito político em tais situações. Como
Acabe e Jezabel, subtraem os recursos públicos, desviando-os para negócios
particulares. A miséria, decorrente de desastres, se transforma em negócio, por
meio do qual vidas humanas são sacrificadas. Aqueles que denunciam tal postura
antiética são rotulados de perturbadores. Mas entre tais governos corruptos e
insensíveis existem aqueles que, assim como Obadias, evitam que as pessoas
sejam injustiçadas, ainda que corram riscos.
3.
SECAS, ENCHENTES E DESASTRES NATURAIS
Não
podemos generalizar, argumentando que todas as secas, enchentes e desastres
naturais são julgamentos divinos. Não podemos esquecer que a queda do homem
teve efeitos sobre a natureza (Rm. 8.18-22). Jesus reconheceu que os seres
humanos estão debaixo das condições adversas resultantes de catástrofes
naturais (Mt. 7.24-27). Não é correto tentar encontrar uma relação de causa e
efeito em todas as situações de desastres naturais. Ainda que não compreendamos
a causa dos desastres, devemos aprender, com Jeremias, a sentir a dor das
pessoas (Lm. 2.19). Ninguém deve ter a pretensão de achar que conhece todos os
desígnios de Deus (Is. 55.8,9). No Antigo Testamento Deus governava a nação
judaica diretamente, por isso o Senhor usava a natureza para recompensar ou
julgar o povo (II Cr. 7.13,14). Essa realidade não pode ser diretamente
aplicada ao contexto do Novo Testamento. Cristo se fez maldição ao ser pregado
no madeiro (Gl. 3.13). Os desastres naturais ocuparão espaço punitivo no plano
escatológico, no período da Tribulação (Mt. 24.27-30; Ap. 6.12-17). A resposta
do cristão diante de secas e enchentes é a de lamentação (Lm. 1.12,13,16),
chorando com os que choram (Rm. 12.15). Elias recebeu a revelação direta do
Senhor, informando às autoridades, naquele tempo, que a seca havia sido
resultante da apostasia. Não podemos, neste tempo, aplicar aquela realidade
para situações particulares.
CONCLUSÃO
O
pecado traz desastres para o ser humano, o maior deles é o distanciamento de
Deus, o Criador (Rm. 3.23). Essa é a morte espiritual, que pode,
posteriormente, caso as pessoas não se arrependam, se transformar em morte
eterna (Ap. 20.14). O julgamento de Deus, em Cristo, acontecerá no futuro, no
Trono Branco (Ap. 20.11-15). Secas e enchentes acontecem hoje, mas porque a
natureza geme, em decorrência do pecado do ser humano (Rm. 8.22). Como
cristãos, não devemos julgar povos e nações diante das catástrofes, antes
lamentar, e ajuda-los na necessidade (II Co. 8.9-12).
BIBLIOGRAFIA
GETZ,
G. Elias: um modelo de coragem e fé. São Paulo: Mundo Cristão,
2003.
SWINDOLL,
C. R. Elias: um homem de heroísmo e humildade. São Paulo: Mundo
Cristão, 2001.
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