UM A VIÚVA DE SAREPTA
Texto Áureo: Lc. 4.25,26
– Leitura Bíblica: I Rs. 17.8-16
Prof.
José Roberto A. Barbosa
INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea matou Deus, preferiu fugir da Sua
realidade. Mas, a Bíblia, a Palavra de Deus, nos mostra que Ele está vivo. Na
lição de hoje estudaremos a respeito da viúva de Sarepta e da providência
divina através do profeta Elias. Inicialmente trataremos a respeito do contexto
no qual aquela viúva viveu, em seguida, a atuação de Elias diante da
adversidade da viúva, e por fim, a providência de Deus como resposta à oração.
1. A VIÚVA DE SAREPTA
Sarepta era uma pequena cidade costeira, fora das fronteiras de
Israel, pertencia ao domínio dos sidônios. Aquela região também passou por
dificuldades em razão dos três anos e meio de seca, a respeito da qual
profetizou Elias. Durante a seca, o próprio profeta se refugiou próximo ao
ribeiro de Querite, até que este secou. Por providência divina Elias era
alimentado pelo Senhor, os corvos lhe traziam comida. Quando a privação chegou,
o profeta recebeu uma orientação do Senhor, para que se dirigisse à Sarepta,
pois ali seria alimentado por uma viúva (I Rs. 17.9). Ao chegar naquela pequena
cidade, o homem de Deus se deparou com a viúva catando gravetos, isso mesmo,
não era lenha, pois pretendia fazer um pequeno fogo. Isso mostra que a comida
era escassa, e a dificuldade abundante. Depois de horas de viagem e de cansaço,
o profeta do Senhor pede àquela mulher que lhe dê comida. A mulher, obedecendo
ao instinto materno, responde que tem apenas um pouco de farinha e azeite, que
comerá aquela porção com o seu filho, e depois morrerá (I Rs. 17.12). O
profeta, por revelação divina, revela-lhe que se ela o alimentar, tendo em
vista que estava faminto, o Senhor os preservaria. Essa declaração do profeta
estava fundamentada em Deus, não em interesses meramente humanos. Há muitos
falsos profetas nos dias atuais, pseudoevangélicos, que se apropriam
indevidamente das posses das pessoas, com promessas que Deus não fez. Mas
diante da Palavra de Deus, a mulher creu, e colocou a sua fé em ação,
obedecendo à mensagem profética.
2. O PROFETA E A VIÚVA DE SAREPTA
De fato, a panela de farinha nunca esvaziou, e a botija de
azeite jamais secou, o Senhor supriu as necessidades daquela família. Esse é um
ensinamento relevante para os dias atuais, nos quais as pessoas querem sempre
mais do que precisam. Ao invés de confiarem na providência de Deus,
angustiam-se demasiadamente, vivem ansiosas, perdem a fé e a confiança em Deus
(Mt. 6.26-30). A teologia da ganância está fazendo estragos na fé evangélica
brasileira. O contentamento, ensinamento bíblico que nada tem a ver com
comodismo, não é admoestado nos púlpitos (I Tm. 6.6; Hb. 13.5). A providência
divina não nos isenta do sofrimento, pois depois disto adoeceu o filho da
mulher, da dona da casa, e a sua doença se agravou tanto, que ele morreu (I Rs.
17.17). A viúva de Serepta, mesmo tendo crido na mensagem do profeta, teve um
momento de fraqueza, e quis culpá-lo pela morte do seu filho. Essa teologia da
causa e efeito é bastante comum ainda hoje, e antiga, desde os tempos dos
amigos de Jó. As pessoas querem sempre encontrar um culpado pelos sofrimentos.
Os próprios discípulos de Jesus queriam saber o porquê de o homem ter nascido
cego (Jo. 9.1). Ao invés de tentar justificar a teologia equivocada da mulher,
Elias resolveu agir, e confiante no Deus da providência, pediu o filho, tomou-o
dos seus braços, o levou para cima, e o deitou sobre a cama (I Rs. 17.19). O
silêncio de Elias teve uma razão de ser naquele contexto, pois há momentos em
que simplesmente as palavras não resolvem. O profeta também não questiona Deus
pelo ocorrido, ele se entrega à soberania dAquele que tem todas as coisas sob o
Seu comando.
3. A PROVIDÊNCIA DE DEUS ATRAVÉS DA ORAÇÃO
A confiança do profeta repousava sob a providência de Deus, com
ternura Elias coloca o menino em sua cama, e recorre a último recurso do crente:
a oração (I Rs. 17.20). O silêncio de Elias, diante da mãe daquele menino, se
transformou em palavras diante do Senhor. Deus não receia nossa sinceridade,
sua maior preocupação é com o nosso desdém em relação a Ele. Quantos hoje já
não oram mais? Essa, certamente, é a geração que se esqueceu de orar. As
pessoas, confiantes em seus aparatos tecnológicos, vivem como se Deus pudesse
ser desconsiderado. A oração é uma necessidade para todo cristão. O apóstolo
Paulo é incisivo ao orientar os crentes para que orem sem cessar (I Ts. 17).
Jesus já havia orientado os Seus discípulos quanto à importância da oração (Mt.
26.41). Oramos não determinando o que Deus deve ou não fazer, pois é a vontade
dEle que prevalece (I Jo. 5.14,15). O modelo de oração a ser seguido pelos
cristãos não é o de Jabez, mas o de Cristo, pois Ele nos ensinou corretamente a
orar (Mt. 6.5-13). Conforme nos instruiu o próprio Mestre, as orações não devam
ser meras repetições, mas uma entrega total, e confiante na providência divina.
Muitas vezes não sabemos orar como convém, mas o Espírito Santo nos auxilia na
oração, com gemidos inexprimíveis (Rm. 8.26,27). A fé é um elemento
imprescindível na oração, pois aquele que se aproxima do Senhor deve saber que
Ele é galardoador dos que O buscam (Hb. 11.1,6). A perfeição não é condição
para a oração, pois Elias, como bem lembra Tiago, era um homem simples, mas
orou, e o Senhor o ouviu (Tg. 5.17,18).
CONCLUSÃO
Em resposta à oração do profeta Deus fez com que o menino
revivesse (I Rs. 17.22-24). Elias era um homem sujeito as mesmas paixões
que nós, e não desprezou a oração. Esse é um estímulo para buscamos o Senhor em
oração, sempre com a motivação maior, de nos relacionarmos com Ele. Jesus, o
homem perfeito, também orou, e se Ele assim o fez, não podemos agir
diferentemente (Mc. 1.35; Mt. 14.23; Lc. 6.12).
BIBLIOGRAFIA
GETZ. G. Elias:
um modelo de coragem e fé. São Paulo: Mundo Cristão, 2003.
SWINDOLL, C. R. Elias:
um homem de heroísmo e humildade. São Paulo: Mundo Cristão, 2001.
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